Importância da comunicação interpessoal
A Comunicação Interpessoal é importante ao longo da nossa vida porque permite trocar informação, em sentido geral, que contribui para o desenvolvimento de cada indivíduo. Esta troca de informação entre diferentes interlocutores traduz e enriquece o seu contexto cultural, vivências e emoções.
Podemos comunicar conversando, usando a mímica, escrita, telefone, gestos, posturas, maneira de vestir, maneira de dispor o mobiliário, maneiras de olhar, rir, chorar...
Para que a comunicação exista, é preciso ter um emissor, que envia uma mensagem, a própria mensagem, uma informação para transmitir e um recetor (pessoa que recebe a mensagem). A informação tem que estar bem formulada. Para isso existem códigos de comunicação adequados para cada pessoa e o recetor tem que saber descodificar as mensagens. Vamos falar também de comunicação verbal e não-verbal, oral e não oral.
Para o Educador Socioprofissional a comunicação interpessoal é fundamental, porque devemos comunicar com as pessoas com quem nos relacionamos. Logo, temos que transmitir a nossa informação e perceber a resposta, alternando os papeis entre emissor e recetor e vice-versa.
O relacionamento interpessoal pode auxiliar no desenvolvimento pessoal e profissional, quando uma pessoa conhece os seus sentimentos e emoções e procura perceber outra pessoa com quem está em ralação. É importante conhecer o recetor, pelo menos as suas capacidades de receção da mensagem, porque o nosso interlocutor pode não ouvir bem, não falar a mesma língua… e isto causa problemas na comunicação interpessoal. Sobretudo na comunicação verbal, onde se privilegia a palavra e a troca verbal.
Há quatro funções básicas da comunicação dentro de um grupo: controlo, motivação, informação e expressão emocional. Nenhuma destas funções deve ser entendida como a mais importante do que as demais. Todas as funções indicadas são de extrema importância e precisam de ser utilizadas para o bom desempenho dos grupos.
Para o Educador Socioprofissional, a boa comunicação é essencial para a eficácia do seu trabalho que está relacionado com as pessoas e principalmente aqueles que geralmente revelam problemas na comunicação, como por exemplo:
- pessoas idosas com dificuldades a nível de saúde, o que pode implicar a perda de qualidade da transmissão e perceção de mensagens;
- crianças que ainda não tem vocabulário suficiente para expressar os seus sentimentos ou para compreender uma mensagem;
- jovens com algumas dificuldades em comunicar, por muitas razões.
Deste modo, temos que tentar conhecer e perceber estas pessoas, de modo a podermos ajudá-las e interagir com elas. Para isso, é necessário que qualquer informação a partilhar seja muito clara e haja sinais evidentes que foi recebida com eficácia.
Mas a comunicação não se reduz à palavra. Ela também pode ser não-verbal, o que inclui a linguagem corporal e paralinguística. A linguagem corporal consiste em veicular informação através dos movimentos do corpo e expressões faciais e é parte significativa de qualquer comunicação face a face, interpessoal. As duas mensagens mais importantes enviadas pela linguagem corporal são têm a ver com o quanto uma pessoa gosta da outra e até que ponto está interessada em escutá-la e compreender os seus pontos de vista. A comunicação não verbal pode trazer a uma relação a confiança e a segurança necessárias para uma boa interação. Já a paralinguística descreve os aspetos não-verbais da comunicação, que englobam o tom da voz, o ritmo da fala, as pontuações e outras características que vão além das palavras. A paralinguística explica que as pessoas extraem o significado tanto das palavras como da forma com que elas são expressas.
Outro aspeto importante a considerar na comunicação interpessoal tem a ver com a gestão do espaço. Os seres humanos necessitam de demarcar o seu território, por isso os conflitos surgem quando há ocupação não desejada de um determinado espaço. Relato uma experiência pessoal: eu entrei numa Igreja e sentei-me num lugar vazio. Passados uns minutos, chegou um casal e chamou-me à atenção dizendo que aquele lugar era deles. Pedi desculpa e mudei de lugar.
Conclui-se que, como pessoas, temos que saber estar como no nosso espaço e também no espaço dos outros, conhecendo o nosso lugar e lugar dos outros, evitando os conflitos.
Há uma série de comportamentos humanos que podem ser explicados por este conceito de distância crítica, manter o seu espaço vital sabendo aproximar-se um do outro. Existe o espaço de meio comunicação que nos permite saber a distância adequada para cada tipo de pessoa. No caso de pessoas com quem mantemos uma relação de maior proximidade, a distância física, corporal, pode ser mais curta, ao passo que numa relação social a distância deve ser maior. É essencial saber manipular e gerir o espaço, a distância à nossa volta para transmitir bem a mensagem que pretendemos fazer chegar aos outros.
A postura das pessoas num certo momento pode comunicar-nos muita informação, pelo que temos que saber descodificar esta mensagem, para saber como vamos lidar com indivíduo nesse momento. Por isso é importante dedicar algum tempo à observação dos nossos interlocutores, de modo a fazer uma leitura cuidada e a não chegar a interpretações erradas e que podem vir a gerar conflitos e preconceitos e estereótipos.
É igualmente importante saber controlar as barreiras na comunicação como “uhmm”, “ei”, “pois”… Para isso temos que ter vocabulário bastante rico, que se adeque a cada tipo de conversa. A mensagem tem que estar clara e direta, evitando todos os tipos de calão.
A utilização da voz é bastante importante na comunicação: como a aumentamos, esforçamos ou baixamos… dai resultando melhor a passagem da mensagem e ajuda na compreensão.
Os olhos são a ferramenta de maior impacto pessoal, com um forte poder de comunicação, emitindo mensagens sem dizer qualquer palavra. De acrescentar que para o sucesso da emissão da mensagem também o sorriso se revela muito importante. O mesmo se diga da roupa que usamos e da maneira de vestir que nos transmite muita informação, pelo que temos que saber descodificar e analisar a situação neste momento.
Assim, pode-se concluir que para a eficácia da comunicação, importa que haja equilíbrio e harmonia entre todos os aspetos evidenciados, desde a dimensão verbal à vocal e visual. Além de que é preciso ter cuidado com os sentimentos das pessoas. Certas palavras expressam estereótipos, intimidam e ofendem as pessoas. É necessário prestar atenção às palavras e gestos que podem ser essenciais, facilitando ou criando obstáculos à comunicação desejada.
Conclusão
Resumindo, a comunicação interpessoal pode ser definida como o processo pelo qual informações são trocadas e entendidas por duas ou mais pessoas, normalmente com a intenção de motivar ou influenciar comportamentos.
Para o Educador Socioprofissional todos os aspetos da comunicação são importantes, porque cada palavra, cada gesto, cada olhar… pode dar muita informação. Através dessa informação tentamos perceber cada pessoa individualmente: como está ou se sente, quem é ela, do que precisa para estar bem e feliz, etc. E nós, Educadores Socioprofissionais, além da dimensão profissional, queremos fazer um gesto de amor para o próximo, ajudando e compreendendo cada pessoa de todos os modos possíveis e imaginários.
Comunicar bem não é só transmitir ou só receber bem. A comunicação é troca de entendimento, e ninguém entende ninguém se não tiver em conta, além das palavras, as emoções e a situação em que fazemos a tentativa de tornar comuns conhecimentos, ideias, instruções ou qualquer outra mensagem, seja ela verbal, escrita ou corporal.





Bibliografia:
Dias, J. M. (1999). A Comunicação Pedagógica. Coleção Formar Pedagogicamente, nº 8. Lisboa. IEFP.

Esperança, E. J. (2000). A Comunicação não verbal. Coleção Aprender. Lisboa: IEFP.
                                                                 




Discente: Olesya Komaryshyna
Curso: Educação Socioprofissional
Disciplina:Metodologias e técnicas de educação gerais e especiais 2
Docente: Maria Orquídea Alves de Oliveira Campos.



                                           Canelas, Abril de 2012






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