Psicodrama e Sociodrama

                                                      Psicodrama





Psicodrama é uma forma de terapia em grupo em que um dos elementos que constitui o grupo (protagonista) representa o passado, presente ou futuro encarado como problemático. O "teatro dramático" é realizado com a ajuda de um terapeuta (o encenador) que se serve de membros do grupo (público) ou terapeutas auxiliares, para desempenhar os papéis das pessoas significativas do protagonista na dramatização.
Esta técnica foi introduzida por Jacob Levy Moreno, que realizou a primeira sessão psicodramática oficial no dia 1 de abril de 1921, em Viena de Áustria. Moreno verificou que podia modificar o comportamento das pessoas através do teatro, da representação. Assim, estruturou uma teoria e criou fundamentos para expor, de uma forma científica, uma explicação para as mudanças de comportamento.
Historicamente, o psicodrama marca a passagem do tratamento do indivíduo isolado para o tratamento do indivíduo em grupo e, diferentemente das outras técnicas puramente verbais, faz uso do corpo humano nas suas mais variadas expressões e interações com outros corpos.
O nascimento da sociedade portuguesa de psicodrama ocorreu no dia 3 de março de 1986, embora a formação dos terapeutas tivesse tido início em 1982, com Alfredo Soeiro (terapeuta brasileiro treinado em 1965 pelo psiquiatra Jaime Roger Bermudez, da associação argentina de psicodrama e psicoterapia de grupo).
Para a realização do "jogo dramático" é necessário passar por três etapas. A primeira de todas refere-se ao aquecimento, ou seja, ao conjunto de procedimentos que intervêm na preparação da pessoa para a ação. A dramatização, isto é, a ação é a segunda etapa do psicodrama e nela representa-se o que o protagonista propõe. Trata-se de concretizar em atos os pensamentos e as fantasias. Aqui revela-se a espontaneidade do protagonista, a capacidade que uma pessoa tem de adaptar-se adequadamente a novas situações, de dar respostas novas e adequadas a situações mesmo antigas. O exercício da espontaneidade enriquece o indivíduo, permitindo-lhe uma melhor adaptação ao ambiente, por livre vontade e sem imposições que limitem a sua personalidade. A terceira e última etapa é a dos comentários. Nesta parte da sessão, solicita-se a opinião dos participantes (protagonista, técnicos auxiliares e membros do público) em relação à dramatização. Resume-se a um debate da representação de todos e, sobretudo, do tema ou acontecimento em que se baseia a dramatização.
Em relação à sala onde se realiza o psicodrama, não é necessário um ambiente especial, basta um espaço onde as pessoas se possam sentar em círculo, de forma a poderem olhar-se. A representação dramática deve ocorrer num espaço demarcado por giz, num tapete ou num palco com 10 a 20 cm de altura.
O tratamento através desta técnica pode prolongar-se por um ou dois anos, tendo as sessões semanais a duração de uma ou duas horas. Será o tempo suficiente para que o indivíduo modifique a sua forma de estar na vida e, consequentemente, resolva os seus conflitos.
Existem vários tipos de psicodrama. No individual não existe público, ou seja, não há a participação de vários doentes, apenas um doente é colocado no palco a desempenhar papeis. As sessões são mais pequenas do que as realizadas em grupo. É indicado para os doentes com dificuldade em participar num grupo, ou com patologias (doença ou distúrbio) muito graves ou, ainda, com problemas de sensopercepção (por exemplo, cegueira, surdez, etc.).
Esta abordagem terapêutica pode também ser aplicada a um único casal (psicodrama de casal), mas se a tensão entre o mesmo for muito grande, a terapia torna-se impossível de ser realizada com sucesso. São necessárias quatro a oito sessões que ocorrem de quinze em quinze dias. Em regra, quando os casais procuram esta terapia, encontram-se numa situação de muita agressividade e com ideias de separação. Assim, as sessões devem incidir diretamente sobre a relação conjugal. Quando se aplica esta técnica a uma família, é imprescindível que todos os membros da família participem nas quatro, cinco ou seis sessões necessárias. Aqui as sessões dão especial relevância ao relacionamento do doente com os restantes membros da família.
O psicodrama público é utilizado quando se pretende divulgar esta técnica em congressos ou em palestras. Precisa-se de um grande número de participantes com pouca ligação entre eles, para participar numa única sessão.
Por último, o sociodrama é a terapêutica dos grupos naturais, ou seja, dos grupos onde todos os elementos que os constituem se conhecem e convivem entre si. Utiliza-se a dramatização para ensinar aptidões sociais, melhorar a forma como os elementos do grupo se relacionam e tornar os temas individuais (as preocupações e os conflitos de cada um) nos temas de discussão do grupo.
http://www.infopedia.pt/$psicodrama em 26.12.2011.

                                                   Sociodrama

O Sociodrama consiste num processo de acção grupal que visa a resolução de problemas inerentes ao grupo. Se optarmos por uma perspectiva formativa, podemos defini-lo como um meio de aprendizagem que visa dar a possibilidade de praticar a resolução de problemas relacionais internos ao grupo ou do grupo face ao exterior através da utilização de técnicas activas. A ideia de “praticar” é fulcral por traduzir a possibilidade de recriar situações, tantas vezes quantas as pretendidas e com as variações que se quiserem imaginar. As situações recriadas podem ser reais, na medida em que são reproduções da vida do grupo. Podem também ser imaginadas, ou seja, nunca aconteceram na realidade mas são ali experimentadasindependentemente de o grupo sentir a sua ocorrência como mais ou como menos provável. Estes ‘ensaios’ têm lugar no mesmo grupo da ‘vida real’ mas com a mediação do Director e do Ego Auxiliar e, portanto, num contexto protegido.
Quando se fala em resolução de problemas não se quer defender uma visão de consensualidade da realidade social nem minimizar as funções do conflito. Daí que a identificação dos problemas a versar é sempre do grupo e a finalidade não é eliminar o problema, mas sim diversificar as respostas possíveis dos elementos do grupo às situações do quotidiano exercitando a espontaneidade4.
Na prática, o Sociodrama traduz-se em sessões dinâmicas junto de grupos pré-existentes, isto é, que não se constituem especificamente para as sessões (por exemplo, uma equipa de trabalho, um grupo de vizinhos, um conjunto de amigos, uma turma escolar, um grupo de pacientes de um mesmo hospital…). Pode ser utilizado com qualquer conjunto de pessoas que partilhe algum papel social, desde que os seus elementos queiram ter momentos para olhar para o conjunto de que fazem parte e diversificar as vias de comunicação internas e com o exterior.
http://www.aps.pt/cms/docs_prv/docs/DPR4616ddb6d94ac_1.pdf em 26/12/2011









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